Ricardo Morgado, porta-voz da sustentabilidade em Portugal, quer tornar a economia circular acessível a todos os setores. Por isso mesmo fundou a The Loop Co., que nasce para aliviar as famílias do enorme fardo que tinham no início do ano lectivo dos seus filhos, através da reutilização de materiais escolares. Descubra como todo este projeto surgiu nesta entrevista.
Como nasce a The Loop?
A The Loop Co. nasceu no local onde todos os estudámos, em Coimbra, no ano de 2016 com o projeto Book in Loop, uma plataforma destinada à compra e venda de manuais escolares em segunda-mão. O objetivo era criar um sistema que permitisse a todas as famílias a venda de manuais escolares, em condições de reutilização, assim como a sua compra. Entretanto, a empresa foi crescendo, acompanhámos as tendências do mercado, as necessidades dos consumidores e dos nossos clientes. Em 2019, juntamente com a Carolina Patrocínio, criámos a BabyLoop, plataforma online de revenda de produtos de puericultura e decoração sustentável, e outros projetos que demonstraram que a The Loop Co. podia ser uma marca agregadora com a missão de criar negócios tecnológicos na área da economia circular. Queremos continuar a crescer ao tornar a economia circular cada vez mais acessível para consumidores e empresas.
Quais as áreas em que atuam e como contribuem para a sustentabilidade do planeta?
Atualmente, operamos em três áreas: economia circular, impacto social e desenvolvimento de soluções tecnológicas. No caso da economia circular estamos a contribuir para fechar o “loop”, isto é, desenvolvemos dois projetos nesta área que nos permitem estender o ciclo de vida dos produtos ao revender os que estão em boas condições: a Book in Loop, revenda de manuais escolares e, recentemente, também calculadoras, e a BabyLoop, revenda de produtos de puericultura e decoração sustentável. Na área de impacto social e no desenvolvimento de soluções tecnológicas procuramos criar projetos que tornem a sustentabilidade cada vez mais acessível a todos, tanto para o público em geral como para as empresas e negócios. Assim, com estas áreas de ação, queremos tornar o nosso país cada vez mais sustentável através da tecnologia, que tem um poder de transformação brutal.
Relativamente à Book in Loop e à Baby Loop, como tem sido a adesão por parte do consumidor?
A adesão por parte dos consumidores a ambos os projetos tem sido fantástica: em 5 anos da Book in Loop já demos uma nova vida a 300 mil livros e ajudámos famílias a pouparem mais de três milhões de euros; na BabyLoop já poupamos às famílias mais de 120 mil euros ao revender produtos de puericultura. Cada consumidor tem a sua razão, seja por questões ambientais ou pela poupança significativa que podem fazer, as famílias estão cada vez mais dispostas a comprarem produtos em segunda-mão. O consumo responsável é cada vez mais uma tendência, portanto acreditamos que a adesão aos nossos projetos de economia circular vai continuar a ser bastante positiva.
No que é que a adesão à Fundação Calouste Gulbenkian contribuiu para o crescimento da The Loop?
A Fundação Calouste Gulbenkian é parceira da The Loop Co. num projeto de inovação social, a Uniloop, que tem como objetivo criar um sistema de incentivos por comportamentos ambientalmente sustentáveis.
Algum plano para o futuro da The Loop?
Muitos! Felizmente estamos com projetos em várias áreas (Economia circular, comércio, saúde, IoT), o que nos permite sustentar o nosso crescimento em qualidade, competência e transversalidade. Mas a nossa visão para o futuro é clara: queremos aplicar cada vez mais a tecnologia que criamos à economia circular e à sustentabilidade.
Onde é que as pessoas podem encontrar mais informação sobre os projetos da The Loop?
Podem consultar o nosso website em: www.loop-os.com ou seguir as nossas redes sociais onde partilhamos algumas novidades dos nossos projetos, como é o caso da BabyLoop e da Book in Loop.
Ricardo Morgado
O Ricardo Morgado é um empreendedor com a missão de tornar a economia cada vez mais sustentável. Formado em engenharia biomédica, pela Universidade de Coimbra, utilizou os seus conhecimentos para fundar a sua própria empresa juntamente de alguns amigos de infância e colegas, após ter trabalhado no setor médico. Hoje em dia trabalha ativamente como um porta-voz da sustentabilidade em Portugal e quer tornar a economia circular acessível a todos os setores.