Eduardo Serzedelo, fundador da Hirundo, decidiu criar a start-up, juntamente com mais três sócios, para valorizar a arte do calçado combinado com a responsabilidade ambiental.
A Hirundo é a nova marca de sapatilhas portuguesa, como nasce esta ideia?
Fundada no Porto em 2021, pela mão de Eduardo e Filipe Serzedelo, Pierre Stark e Ann Massal, a Hirundo teve como propósito a criação de uma marca de ténis que atendesse às principais tendências globais e aos novos hábitos de consumo, inspirados no movimento Slow, que defende uma mudança cultural em direção a abrandar o ritmo da vida, concentrado num estilo de vida mais simples e que honrasse e valorizasse a tradição da produção do calçado em Portugal.
Criar a Hirundo foi a oportunidade de partilhar com outras pessoas a nossa paixão por um ténis de qualidade feito com materiais sustentáveis e ao mesmo tempo elevar o artesanato português.
Levamos quase um ano para encontrar os fornecedores relevantes, estudar os materiais que queríamos e, acima de tudo, desenhar os tênis que refletissem nosso desejo de diminuir o ritmo.
A principal inspiração para a Hirundo foi a Andorinha. Um pássaro que simboliza a primavera e novos começos. Viajam pelo mundo livremente, mas sempre voltam para casa em seu próprio ritmo, trazendo nova vida e frescor. Essa é a essência do Hirundo.
A sustentabilidade dos ténis esteve na génese da ideia, ou foi algo que se tornou inevitável posteriormente?
A sustentabilidade esteve sempre na génese da ideia, tanto do ponto de vista ambiental como do ponto de vista social e governativo. Sempre quisemos que este projeto fosse bom para a comunidade e para as pessoas que nele trabalhassem. De salientar ainda que os ténis Hirundo são certificados com o selo “Carbon Neutral”, distinção que atesta que a empresa compensa integralmente todas as suas emissões de carbono, e distinguida ainda com a prestigiada certificação “Pending B Corp”, atribuída a empresas com menos de 12 meses de operação.
Quais são os materiais utilizados na produção e que impacto eles têm no produto?
A primeira coleção da Hirundo apresenta um modelo único personalizado por uma das 11 cores à disposição e é um produto ambientalmente responsável ao utilizar materiais reciclados e/ou recicláveis na sua composição, inteiramente concebidos, fornecidos e produzidos com uma cadeia de fornecimento local. 99% dos componentes são fabricados em Portugal por empresas Portuguesas com anos de experiência no sector.
A parte superior e o forro dos ténis Hirundo são fabricados em couro certificado pelo “Leather Working Group” e a sola exterior é composta por borracha sintética reciclável, extraleve e muito macia. Estes ténis sustentáveis contêm ainda cortiça na sua composição, um material termorregulador e antibacteriano que garante durabilidade e conforto.
A Hirundo comercializa produtos 100% nacionais e é uma empresa com selo “Carbon Neutral”. Sentem que os clientes valorizam os produtos locais e sustentáveis e procuram conhecer a sua origem?
Começa a existir uma maior preocupação pela sustentabilidade nos clientes e recebemos bastantes perguntas neste sentido. Contudo, ainda não é a maioria dos clientes e fazemo-lo por sabermos que é a maneira como deve ser feito.
O setor da moda, e especificamente dos ténis, é bastante concorrencial. O que trazem de novo aos consumidores?
Sustentáveis, combinando a estética minimalista do seu design com uma extensa gama de cores de personalidade invulgar e produzidos através de uma excecional destreza artesanal portuguesa, são assim os novos ténis produzidos pela start-up portuguesa Hirundo. Pensamos também que a estética é bastante característica e os matérias de uma qualidade excecional.
Onde e quando podemos adquirir os ténis da Hirundo?
Nesta fase de lançamento os ténis Hirundo estão disponíveis no Indiegogo (plataforma de crowdfunding) com descontos até 30%, uma estratégia enquadrada no ADN ecológico deste projeto, uma vez que não é produzido nenhum stock inútil.
Eduardo Serzedelo
Desde sempre apaixonado por sapatilhas e admirador da arte milenar da produção de calçado em Portugal, Eduardo Serzedelo, após viver em 3 continentes (a trabalhar enquanto advogado ou no MBA) decidiu criar a Hirundo para valorizar esta arte.