Etiqueta:

turismo sustentavel

Criada em Portugal, a Ecocubo destaca os produtos endógenos tanto nos materiais de construção – madeira e cortiça – como no mobiliário interior – a cama, colchão e têxteis que são feitos em Portugal.

 O cubo funciona como um refúgio na Natureza e catalisador de territórios de baixa densidade. Assume-se, assim, como uma solução de turismo sustentável, sem impacto negativo para o meio ambiente e com impacto positivo para as comunidades locais.

Conversamos com António Fernandes, Arquitecto e fundador da Ecocubo, para saber mais sobre este projeto.

line no background news

Como surgiu a Ecocubo?

A ideia da Ecocubo começou a surgir uns anos atrás. Sou arquitecto de formação, licenciado pela ESAP em 2010, e na altura, em plena crise no sector, surgiu a oportunidade de emigrar para a Suíça, onde trabalhei na área de hotelaria, em pleno Parque Nacional.
Nos meus tempos livres, adorava percorrer os trilhos pelos Alpes e, ao fim de 3-4h de caminhada para atingir o pico da montanha, tinha muito pouco tempo, para aquilo que queria, para poder contemplar aquela paisagem, e tinha que fazer todo o percurso inverso, montanha abaixo, que por vezes era bem mais difícil que a subida. E foi nessa altura que começou a surgir a ideia de criar um equipamento, uma estrutura que fosse amiga do ambiente que possibilitasse permanecer naquele spot a ver o pôr-do-sol, por exemplo, e no dia seguinte poder seguir viagem para outro local ou regressar. Algo flexível como uma tenda mas confortável como um quarto de hotel, sem qualquer impacto para o meio ambiente, mas que permitisse viver esse tipo de experiências, de maior comunhão com a natureza. Um pouco recuperar a ideia da casa da árvore, dos abrigos de montanha, que eram estruturas simples, que serviam de abrigo, mas que permitiam ter experiências que ainda hoje perduram na memória.
Passado alguns anos regressei a Portugal, apenas com a ideia, um amigo na altura falou-me do UPTEC, o parque de ciência e tecnologia da Universidade do Porto, e foi aí que realmente a Ecocubo passou de uma ideia para a realidade.

A própria marca Eco3 (Ecocubo) foi pensada, não tanto pelo aspecto formal dos cubos que dão suporte à nossa atividade, para mais para simbolizar o trinómio do tipo de experiências que queremos promover, onde as pessoas possam viver, sentir e explorar a natureza ao máximo, neste caso, ao cubo.

A Ecocubo é uma marca comunitária, com designs patenteados, que pretende reflectir sobre novas formas de fazer turismo, que tem vindo a amadurecer as suas ideias e que levou ao conceito que recentemente apresentamos na BTL. O nosso objetivo sempre foi o de proporcionar experiências de imersão na natureza de forma sustentável, possibilitando que as pessoas pudessem ir conhecendo diferentes territórios, cubo a cubo. E para isso, apresentamos na BTL um novo cubo, que é a parte física que dá suporte à nossa atividade, uma estrutura totalmente desmontável, feita de cortiça, que se assemelha a uma tenda em termos de montagem, sem descurar o conforto para que possam desfrutar de uma experiência única na natureza.

A sustentabilidade esteve presente na génese do conceito ou foi um fator que surgiu posteriormente?

Sim, sempre. Desde o início que queríamos contribuir não só para que os amantes da natureza pudessem desfrutar de uma experiência única sem pôr em causa o meio ambiente, mas também poder contribuir, de alguma forma, para as comunidades locais onde temos a nossa oferta disponível.
Por outro lado, sempre quisemos que os nossos cubos fossem feitos em Portugal, usando somente matérias-primas amigas do ambiente.

E estando em Portugal, por exemplo, a cortiça era uma escolha óbvia. Não só por ser 100% natural, e um excelente isolamento térmico, mas também porque sendo natural, se fundia e evoluia como a natureza, e ao mesmo tempo era um símbolo da nossa origem, da  Portugalidade da Ecocubo.

Por fim, queríamos trabalhar com empresas portuguesas e promover os produtos endógenos. Tentamos ao máximo que tudo o que usamos, desde o colchão e os têxteis, fossem feitos em Portugal, e isso foi conseguido.
Acreditamos que só assim, trabalhando localmente e com agentes locais, que todos podem sair beneficiados, desde os amantes de natureza que procuram experiências novas, e que cada vez mais têm consciência das suas acções, como dos próprios parceiros locais, onde ao envolver a comunidade, contribuímos para o seu desenvolvimento e da economia local.

A Ecocubo pretende proporcionar uma interação com a natureza de forma sustentável. Quais os materiais utilizados na construção do alojamento?

Não lhe chamaria alojamento…os nossos cubos foram buscar inspiração aos abrigos de montanha, às casas das árvores, e funcionam mais como equipamentos de apoio às nossas atividades, atuando como pontos de referência no território, que possibilitam tanto a observação da natureza como pernoitar em locais improváveis.
Para isso, e por estarmos na natureza, apenas fazia sentido para nós usar materiais ecológicos, e usamos somente madeira e cortiça.

Quais são as experiências que disponibilizam para quem visita a Ecocubo?

Nós queremos que as pessoas possam ter uma experiência diferente em cada sitio onde haja um cubo. Assim, para além de poderem ter uma experiência distinta em cada cubo, podem ter uma experiência unica proporcionada pelos nossos parceiros locais.
Os cubos acabam por funcionar como referênciais no território, unindo-o, mas em cada lugar haverá sempre uma experiência diferente, porque cada sitio tem as suas particularidades, e queremos promover o que de melhor se faz em cada região, com algum grau de exclusividade, daí o facto de cada cubo também só dar para duas pessoas.

Onde é que a Ecocubo está presente?

Neste momento acabamos de apresentar um novo conceito que está em pleno parque nacional da Peneda-Gerês, em Terras de Bouro. É um conceito mais próximo do que queremos vir a proporcionar no futuro, e que faz a ponte entre o nosso primeiro cubo, que está em Cabeceiras de Basto, e as novas soluções que vamos implementar daqui em diante.

Quais os próximos passos para o futuro?

Para este ano pretendemos proporcionar mais experiências, em novos lugares, e começar a ligar outros territórios de norte a sul e ilhas. Acabamos de apresentar um novo conceito na BTL, e que seguramente será a nova fase da Ecocubo, mais próxima do tipo de experiências que queremos proporcionar a todos aqueles que procuram a natureza como forma de relaxar e para passar o seu tempo livre.

A nossa visão é podermos criar uma rede, a que chamamos de “Ecocubers”, que não é mais do que uma comunidade de pessoas que amam a natureza e querem viver, sentir e explorar a mesma ao máximo…E quando falo em explorar, falo no sentido da descoberta, da partilha, da emoção da aventura de descobrir um novo território.

E que concentra em si não só os locais onde estamos, funcionando como plataforma de divulgação desses locais, mas também promotor dos diversos agentes e parceiros que colaboram connosco, das suas actividades, e de todos os territórios onde estamos inseridos.

line no background news

António Fernandes

Arquitecto e fundador da Ecocubo, licenciado pela ESAP-Escola superior artística do Porto, trabalhei em hotelaria na Suiça, sou um apaixonado por natureza, por viajar e por poder contribuir, de alguma forma, para o bem estar das pessoas.

line no background news

subscrever newsletter

94 visualizações

O NEYA Lisboa Hotel surgiu com o intuito de ser um projeto inovador e sustentável no setor, desprendendo-se da linha clássica da hotelaria. O seu conceito de Sustentabilidade teve como base a Carta da Terra, uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica.

Pedro Teixeira, Diretor de Sustentabilidade da NEYA Hotels, explicou-nos que desde o início procuraram eliminar os impactes ambientais da atividade hoteleira e tornar este espaço situado no centro de Lisboa líder no turismo sustentável.

NEYA Hotel

NEYA Lisboa Hotel: como surgiu este espaço e qual é a sua origem?

A NEYA Hotels, grupo Nacional com capitais 100% Portugueses, surgiu em 2011 com a abertura do NEYA Lisboa Hotel, na zona da Estefânia, em Lisboa.

Considerámos, desde o primeiro momento, que a indústria hoteleira tem um papel fundamental a desempenhar no Turismo Sustentável, o que se revela hoje, bastante actual, estando espelhado em todos os objectivos internacionais e nacionais, como se pode verificar pelas Políticas de Sustentabilidade do Turismo de Portugal, por exemplo.

Assim, ao projectar um novo hotel, não se pretendeu seguir a linha clássica da hotelaria, pensando apenas na qualidade dos serviços prestados, associados ao alojamento de clientes, assim como de realização de eventos, restauração e SPA. Reflectindo uma visão interna dos fundadores, foi pensado um projecto hoteleiro com um carácter inovador ao nível da sustentabilidade, ou seja, tendo em consideração os impactes ambientais da actividade da operação hoteleira, mas indo mais além, olhando para a vertente social e económica. Surgiu assim, o NEYA Lisboa Hotel, com um conceito de sustentabilidade tripartida bem definido, onde estes aspectos foram tidos em consideração na fase de projecto, o que explica grande parte do sucesso do seu desempenho hoje em dia.

A actividade do hotel é orientada por um Sistema de Gestão de Qualidade, Ambiente e Segurança, tendo como objectivo a minimização dos impactes ambientais, através de uma gestão eficiente de recursos, energia e produção de resíduos. O NEYA Lisboa Hotel procurou, sempre, eliminar os impactes ambientais da actividade hoteleira, evidenciando um conhecimento do futuro da indústria em termos de sustentabilidade e das exigências dos clientes actuais.

Esta filosofia está também patente na construção e decoração do hotel, assim como na designação dos diversos espaços do mesmo, como suites e salas de eventos e sobretudo na própria designação do grupo NEYA, sendo o “Y” em forma de árvore e em tons verdes, da sua versão original, um reflexo da marca e seu posicionamento no mercado.

O NEYA Hotel inspirou-se na Carta da Terra para desenvolver a sua missão. Qual foi a principal motivação para adotarem esta ação?

Desde o momento inicial de planeamento e execução do NEYA Lisboa Hotel, que se considerou a Carta da Terra como um instrumento fundamental como guia para o conceito de Sustentabilidade do Hotel. A Carta da Terra, sendo uma declaração de princípios éticos e fundamentais para a construção de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica é uma visão de esperança e um “call to action”, pelo que se considerou como uma excelente base genérica para o comprometimento da organização, espelhada no desejo de uma transição para um futuro sustentável.

Por um feliz acaso, a abertura do Hotel coincidiu com o Ano Internacional das Florestas em 2011, o que reforçou mais ainda o compromisso da organização, ainda mais, por ter sido uma época de crise económica acentuada. Tentamos espelhar este comprometimento logo no momento da chegada dos hóspedes ao nosso hotel, através de um painel decorativo no lobby, alusivo a estes dois marcos históricos para a Sustentabilidade do planeta. A ideia é envolver as partes interessadas no nosso conceito, nomeadamente o hóspede, ajudando a atingir os objectivos propostos de minimização dos impactes ambientais da actividade.

setor hoteleiro

Atualmente, quais são os principais desafios associados à sustentabilidade colocados ao setor do turismo?

Os desafios de sustentabilidade do sector do turismo sofreram uma grande transformação devido à pandemia do novo Coronavírus em Março de 2020. Aos desafios tradicionais de mobilidade, ocupação do território, consumos de água, produção de resíduos e exploração dos recursos naturais, somam-se agora desafios em termos de saúde pública e higiene, que trazem novos impactes, dos quais salientamos a produção dos resíduos descartáveis associados a máscaras, luvas, testes, embalamento de alimentos e outras exigências de combate ao vírus. Se é verdade que as viagens associadas ao turismo diminuíram, regista-se no entanto, um aumento das deslocações em transporte individual, quer dos nossos hóspedes, quer dos colaboradores, provocando um aumento das emissões de carbono associadas. Também uma ocupação mais baixa, provoca a subida dos indicadores de consumos energéticos, água e consumíveis. Ou seja, com menos clientes alojados, o consumo efectivo de energia, água e matérias-primas total do hotel desce, mas sobe o indicador por quarto ocupado ou cliente, ou seja, cada hóspede é responsável por maiores consumos relativos, o que deturpa os resultados de sustentabilidade a obter.

Mas os desafios actuais, prendem-se com a necessidade de assegurar uma ocupação que permita a sustentabilidade financeira do negócio, assegurando também a manutenção e implementação de novas soluções de sustentabilidade ambiental. Não esquecer também a dificuldade actual em manter equipas capacitadas para dar resposta aos exigentes desafios de sustentabilidade do sector. Relembro novamente as indicações do Turismo de Portugal para caminharmos para um turismo sustentável, o que não será possível sem o envolvimento e a capacitação dos colaboradores da indústria. Para isso, também as Escolas de Hotelaria deverão ter um papel fundamental, com matérias de sustentabilidade reforçadas nos seus conteúdos curriculares.

Esta nova realidade implica também desafios que a NEYA Hotels evidencia considerar já na sua gestão, as questões ambientais e de Segurança e Saúde. Os novos clientes exigem outras condições para o seu alojamento, exigindo uma resposta atenta que garanta a segurança e um sentimento de bem-estar dos mesmos nas nossas unidades. Todo o histórico de certificações de sustentabilidade do grupo NEYA Hotels ajuda a garantir o cumprimento destes novos requisitos exigidos.

O NEYA Hotel tem adotado diferentes medidas no seu dia-a-dia de modo a reduzir o impacto ambiental do setor do turismo, tendo recebido diferentes prémios e certificações. Pode dar-nos alguns exemplos?

Desde o primeiro momento que a opção foi minimizar o impacte ambiental de uma nova unidade hoteleira no centro de Lisboa. Requalificando um edifício degradado, sem qualquer valor arquitectónico, reduziu-se o impacto ambiental da sua construção, promovendo ainda a reabilitação urbana da zona. A escolha de materiais e equipamentos nacionais, assim como soluções de eficiência energética, tiveram em consideração o conceito do hotel. Procedeu-se à avaliação, prevenção e redução de riscos e foram definidos os aspectos ambientais, assim como objectivos e metas regulares em termos de sustentabilidade.

A utilização de tecnologia limpas, tais como energia solar para aquecimento de águas, LED’s para iluminação, sistema de Ar Condicionado VRV e isolamento térmico do edifício, foram implementadas para minimizar os consumos energéticos. O Hotel é totalmente abastecido a energias renováveis, através da celebração de um contrato com um fornecedor que disponibiliza energia 100% renovável.

A nível de consumos de água, aposta na sua optimização, com medidas que permitem reduzir os seus consumos: redutores de caudal, controlo de consumos por sector, medição dos caudais das torneiras, formação dos colaboradores e a sensibilização dos hóspedes.

Ao nível da mobilidade, o hotel disponibiliza gratuitamente bicicletas aos clientes, fomenta outro tipo de mobilidades sustentáveis e procede ao cálculo e compensação das emissões de carbono, sendo um hotel neutro em carbono, com a certificação Carbono Zero.

A gestão de resíduos promove a sua redução e separação, incluindo dos clientes, com recipientes de separação nos quartos. Os amenities dos quartos (gel, shampoo e sabonetes) são disponibilizados em embalagens recarregáveis, evitando a produção diária de centenas de embalagens de plástico. A redução do plástico descartável é, aliás, é um dos nossos principais objectivos, com a procura constante de novas soluções para substituir o plástico por outras matérias. Orgulhamo-nos assim de ter uma produção de resíduos inferior ao que seria expectável para um hotel, assim como uma taxa de separação de resíduos que atinge os 75%, sendo um exemplo notável, reconhecido pela Câmara de Lisboa. Damos nota que a pesagem e tratamento dos resíduos são uma prática diária.

NEYA Lisboa Bicicletas

Qual é o vosso público-alvo? Sentem que os vossos clientes valorizam as iniciativas que desenvolvem no caminho da sustentabilidade?

Qualquer pessoa que se preocupe com a Sustentabilidade é público-alvo da NEYA Hotels. Temos sobretudo viajantes a solo, portugueses e estrangeiros que viajam em lazer para Portugal. As viagens de negócio, têm também alguma expressão, sendo que reduziram com o início da pandemia.

O reconhecimento dos clientes pelo conceito e pelas inúmeras iniciativas de Sustentabilidade que promovemos é cada vez mais notório, seja nos inquéritos de satisfação, no dia-a-dia da unidade hoteleira, nos comentários das redes sociais, e até no momento da reserva.

Verificamos que as pessoas mostram um interesse genuíno em ficar num hotel sustentável e em reduzir ao máximo a sua pegada ambiental, sem prescindir do conforto nas suas viagens. Soluções como a disponibilização gratuita de bicicletas ou a separação de resíduos nos quartos são cada vez mais comentadas, e novas ideias e sugestões são dadas pelos hóspedes.

Também na comercialização do hotel, esta tendência se verifica, com cada vez mais operadores a procurar hotéis que garantam uma efetiva minimização do impacte ambiental associado às viagens, quer sejam de lazer ou negócios.

Outra das nossas áreas de negócio, é o setor de aluguer de salas e realização de eventos. Empresas, associações e organizações, cada vez mais, recorrem a espaços que garantam uma reduzida pegada ecológica ou carbónica dos seus eventos, o que é garantido pela NEYA Hotels, através do seu Programa “Eco-Meetings”.

 

Que sensação pretendem transmitir a quem visita o NEYA Lisboa Hotel?

O que se pretende, acima de tudo, é garantir uma estadia de qualidade apoiada num modelo de turismo sustentável.

Seja uma viagem de turismo ou negócios, pretendemos que os nossos hóspedes saibam que estão a contribuir para um futuro mais sustentável, causando o mínimo impacto possível associado ao seu alojamento em viagem. Sempre, sem pôr em causa o seu conforto e bem-estar durante a estadia.

Muitas das soluções sustentáveis que o NEYA Lisboa Hotel oferece, foram contempladas no edifício na fase de projeto e construção, o que possibilita um baixo impacto da atividade, mesmo sem o hóspede ter consciências de grande parte das medidas implementadas. O que, por vezes, se torna um desafio ao nível da sensibilização para as medias implementadas.

A premissa que tentamos comunicar aos nossos hóspedes é que a NEYA Hotels implementou medidas de raiz e adaptou-as à realidade dos tempos atuais. Medidas essas que podem ser aplicadas fora da estadia por cada um, com a alteração dos seus hábitos de consumo.

NEYA Lisboa Recepção

O NEYA Hotel considera fundamental uma participação ativa não só no respeito pelo meio ambiente, mas também no desenvolvimento da comunidade que o rodeia. Que iniciativas têm desenvolvido neste sentido?

Desde a sua abertura, que o NEYA Lisboa Hotel definiu muito bem o seu papel na sociedade. Não pretendíamos ser apenas mais um hotel em Lisboa, totalmente fechado à comunidade envolvente. Essa não é a forma adequada das organizações desenvolverem a sua actividade nos dias de hoje. Um hotel, como qualquer outra actividade, terá que se posicionar de uma forma socialmente responsável e ser uma mais valia para a região onde se insere e para as comunidades que, com ele, convivem todos os dias. O hotel não pode ser visto como um corpo estranho à sociedade, apenas acessível a clientes. A NEYA Hotels consegue isso através de inúmeras acções de Responsabilidade Social Corporativa, bem definidas, acompanhadas e monitorizadas. A NEYA Hotels considera as crianças como o seu principal foco de apoio, apoiando e formalizando protocolos com diversas associações da área. Somos também membros activos da Associação GRACE, que engloba organizações com preocupações de Responsabilidade Social Corporativa.

Talvez o projecto solidário mais visível da NEYA Hotels seja o “Quarto solidário”, o qual teve origem na abertura do hotel e tem como objectivo disponibilizar alojamento e pequeno-almoço a famílias de crianças carenciadas em tratamento nos hospitais do Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (Hospital D. Estefânia, Hospital dos Capuchos, Hospital de Santa Marta, Maternidade Dr. Alfredo da Costa e Hospital Curry Cabral). Os Gabinetes de Acção Social destes hospitais identificam e avaliam as situações de necessidade de apoio, sendo os seus acompanhantes, ou por vezes as próprias crianças, encaminhados para o NEYA Lisboa Hotel. Com a abertura da nova unidade, o NEYA Porto Hotel, o projecto foi naturalmente alargado à cidade do Porto.

Além deste projecto, os hotéis organizam acções de angariação de bens, doação de equipamentos do hotel, voluntariado, doação de refeições e menus solidários, entre outras. Esta colaboração passa por exemplo por apoiar as Juntas de Freguesias locais, assim como outras instituições próximas ao hotel.

Que passos ainda faltam dar para que o NEYA Hotels consiga alcançar o seu objetivo de ser uma marca líder no turismo sustentável?

Apesar do trabalho desenvolvido nos últimos anos, muito haverá ainda por fazer, fruto das últimas tendências de sustentabilidade, da evolução tecnológica, da legislação e das cada vez mais exigências dos clientes e dos mercados emissores de turistas.

Como próximos passos ou reforço do que a NEYA Hotels já faz actualmente, destacamos o consumo de produtos locais, sazonais e biológicos, a redução da utilização de produtos de limpeza e, ao mesmo tempo a sua substituição gradual por produtos menos nocivos ao ambiente e à saúde, o reforço da sensibilização e formação dos colaboradores, a aposta em soluções de mobilidade eléctrica e a continuação da substituição dos plásticos de utilização única, entre outros.

Esta evolução no tempo pode ser comprovada na nova unidade do grupo, o NEYA Porto Hotel, inaugurado em 2020, na qual foram dados importantes passos, contemplando ainda mais soluções na área da construção sustentável e eficiência energética, entre outras. O objectivo máximo das duas unidades NEYA Hotels, assim como para futuras unidades, será sempre a construção sustentável e a implementação de cada vez mais soluções que permitam um menor impacto ambiental da actividade hoteleira do grupo.

Refira-se também que a NEYA Hotels pretende continuar a desempenhar um papel importante na sensibilização de todas as partes interessadas da indústria do Turismo, nomeadamente de outros hotéis, fornecedores e clientes, para que todos remem no mesmo sentido a tornem a indústria mais sustentável.

Foto Perfil NH

Pedro Teixeira

Diretor de Sustentabilidade da Largo Tempo e NEYA Hotels

Formado em Engenharia do Ambiente pela Universidade do Algarve em 1997, tem desempenhado funções de responsável de Sustentabilidade na área do Turismo, nomeadamente no sector do Golfe, Resorts e Hotelaria. Foi responsável pela implementação dos Sistemas de Gestão de Qualidade, Ambiente e Segurança do Belas Clube de Campo e Vilamoura do Grupo André Jordan.

Desde 2013, exerce funções no Grupo Largo Tempo, como Director de Sustentabilidade, onde é responsável pela implementação do Sistema de Gestão de Qualidade, Ambiente e Segurança nos Hotéis NEYA, assim como pelas certificações e prémios de Sustentabilidade do Grupo. Acompanha ainda a construção dos novos hotéis, na vertente da sustentabilidade. É o representante da AHP (Associação de Hotelaria de Portugal) no painel de júri dos programas ECOXXI e Green Key da ABAE.

subscrever newsletter

288 visualizações

O Hotel Monte da Provença nasceu em Elvas com o sonho de ser um lugar único que combinasse magia e familiaridade. É um espaço que alia a cultura alentejana ao turismo ecológico e sustentável, estando certificado como Eco Hotel pela Biosphere.

O Monte da Provença produz cerca de metade da sua eletricidade e é autossuficiente ao nível da água que utiliza, que é posteriormente reutilizada. A sustentabilidade está ainda presente ao nível da alimentação, que é confecionada com base no conceito “chef on demand”. Mas há muito mais para ler nesta entrevista sobre este espaço alentejano que garante uma viagem ao passado com todo o conforto contemporâneo.

Monte da Provença: fale-nos um pouco sobre a história deste hotel.

O Hotel Monte da Provença nasceu de um sonho dos proprietários Maria e Joachim. Sempre foi um sonho nosso criar um lugar único onde pudessem receber pessoas dos vários cantos do mundo num ambiente mágico e ao mesmo tempo familiar.

Desde o sonho à criação deste espaço, foram precisos 14 anos e muitos obstáculos foram ultrapassados. O resultado? Um lugar onde o conforto, a tradição, o Alentejo se encontram, criando assim um sítio onde simplesmente apetece estar e ser feliz… rodeado pela natureza.

Sobre a história da propriedade… No fim do reinado do Rei D. Fernando (1350-1369) instalaram-se aqui monges eremitas vindos da serra de Ossa. Com o que cultivavam “proviam” o seu sustento e ajudavam/”proviam” aos pobres. Como neste sítio ha boas fontes e o terreno é bom, é um sitio de “provença”, que vem do verbo provir. Daí o nome de Monte da Provença. Lourenço Annes Reguengo e Margarida Domingues sua mulher doaram estas terras aos monges.

Em 2000, foi comprado por mim em muito mau estado. Começámos por recuperar uma pequena casa e desbravar e plantar todos os anos milhares de arvores. Seguidamente fazer pequenas charcas e barragens para iniciar um politica de retenção de águas. Em 2015 recuperámos a casa principal e abrimos o hotel, após 18 meses de obras.

turismo ecológico

 

Este é um hotel que combina a tradição com o conforto moderno, sendo o seu objetivo “mimar os seus hóspedes”. Em que consiste isto na prática?

Tentamos que as pessoas se sintam em casa e entretidas. Para isso temos não só refeições a pedido, como diversas parcerias para providenciar entretenimento se o quiserem. Passeios a cavalo, de balão ou de bicicleta, visitas guiadas ao património, a museus ou a adegas.

Sustentabilidade no Monte da Provença. De que forma está presente?

Em relação à sustentabilidade ambiental, produzimos cerca de metade da nossa eletricidade com os nossos painéis fotovoltaicos e estamos a planear duplicar a capacidade este ano, o aquecimento de águas e aquecimento central é feito por coletores solares, auxiliados por caldeira a pellets nos dias mais frios ou chuvosos. Tanto o aquecimento como o arrefecimento no verão é feito por piso radiante, a eficiência energética do nosso edifício é A+ e todas as nossas lâmpadas são de LED, os nossos electrodomésticos são de eficiência A++. Medimos os nossos consumos vs o objectivo definido, que nos permite actualmente ter o certificado Biosphere Hotel pelo RTI (Responsible Tourism Institute) e no início iniciamos com a certificação de Eco Hotel TÜV Rheinland.

Para reduzir o consumo de plástico, acabamos com águas engarrafadas de plástico e temos uma máquina para podermos servir água normal e gasificada, do nosso furo. Separamos todo o lixo para reciclagem (tinteiros, pilhas, plástico, cartão, vidro, óleos, etc…)

Somos um Hotel Carbono Zero, não pela compra de créditos de terceiros, mas pela nossa própria redução da Carbono, devido ao uso das energias renováveis, eficiência energética e plantação de 3.406 arvores e 5.416 arbustos, tendo um saldo positivo de 10 toneladas de CO2 por ano.

Também promovemos a deslocação sustentável, tendo 2 carregadores Tesla compatíveis com veículos eléctricos de outras marcas. Fomos pioneiros, em 2015 quando a Tesla ainda não estava presente em Portugal entramos em contacto com a sede europeia, a evidenciar a falta de postos de carregamentos entre Lisboa/Madrid e que estávamos num ponto estratégico, para aumentar a mobilidade eléctrica transfronteiriça na Europa. Curiosamente, mesmo com as limitações de autonomia já tivemos VE da Dinamarca, Inglaterra e Alemanha.

Em termos de água somos completamente autossuficientes com a nossa politica de retenção de águas (charcas, barragens pequenas e “swales” em curva de nível para reter toda a chuva que cá cai). A chuva cai, infiltra-se nos lençóis subterrâneos e nós bombamos de um furo para os consumos do hotel. Depois toda a água que sai das banheiras e lavatórios é tratada e vai para a rega das arvores.

Não temos restaurante convencional mas sim o conceito “chef on demand”, em que através de reserva, confecionamos os pratos tradicionais do Alentejo com uma apresentação mais requintada. O conceito “chef on demand” reduz o desperdício de comida pré-cozinhada e os seus consumos. Temos também uma pequena horta e as nossas árvores de fruta.

Finalmente o na criação de postos de trabalho, todos os nossos colaboradores são da região e indiretamente contribuímos não só através das parcerias mas também através dos nossos fornecedores para o desenvolvimento da região. Tentamos em todas as áreas possíveis comprar os nossos produtos a produtores da região. Não faço aqui a lista exaustiva mas os fornecedores locais são quase 90% do total.

O Monte da Provença está certificado como ECO hotel pela Biosphere. O que significa esta certificação?

Significa o reconhecimento pela Biosphere, da nossa aposta na sustentabilidade ambiental, económica, cultural e social.

alentejo piscina

 

A cultura alentejana é um aspeto importante para o Monte da Provença. Como a incorporam no hotel?

Desde a arquitetura de casa senhorial da região, à decoração cuidada, incluindo tanto antiguidades herdadas dos meus antepassados, como elementos tipicamente alentejanos… à comida tradicional e principalmente a toda a paisagem e natureza circundante.

Quais são as atividades que disponibilizam para quem visita o vosso espaço? Qual é a que tem maior procura?

Desde passeios a cavalo, de balão e de bicicleta, a visitas guiadas a património cultural, museus e adegas com provas de vinhos, temos um pouco de tudo o que nos pedirem e conseguirmos arranjar. O que pedem mais são passeios a cavalo.

De que forma caracterizam os vossos clientes?

Principalmente pessoas que se preocupam com a pegada ambiental e ao mesmo tempo querem gastronomia e alojamento de qualidade, cerca de 50% são estrangeiros do sector médio/alto, mas há um pouco de tudo.

turismo ecológico no alentejo

Que aspetos do vosso hotel consideram que os clientes mais valorizam?

A paz e a tranquilidade. O estarmos perto de tudo, mas no meio da natureza. O conforto a boa comida. O aspeto cuidado de tudo.

Sendo o Monte da Provença uma marca de turismo sustentável, quais foram os principais desafios que encontraram? Como os superaram?

Principalmente a falta de apoios ambientais, pois em muitos casos o investimento inicial é maior. Com perseverança e indo progredindo à medida das possibilidades. Todos os anos melhoramos e investimos e os resultados começam a ser evidentes.

Maria Jardim Schmid

“Tendo crescido entre o Alentejo e Lisboa, trabalhei muitos anos na Corporate Johnson & Johnson Farmacêutica como European Director, mas assim que me reformei fugi para o Alentejo pois sempre precisei de natureza e espaço para me sentir completamente feliz.”

subscrever newsletter

169 visualizações

O Inspira Santa Marta Hotel foi o primeiro boutique hotel sustentável em Lisboa. Tem desenvolvido um caminho único e diferenciador no que refere à sustentabilidade no sector da hotelaria, tendo sido premiado como Melhor Hotel Eco/Green de Luxo pelo World Luxury Awards em 2018 e 2019.

Patrícia Marques, Sustainability & Development Manager, partilhou connosco o percurso e práticas de hotel que já é considerado uma referência tanto a nível nacional como internacional. Falámos sobre o conceito de Green Hotel, de que forma sustentabilidade está presente no dia-a-dia do Inspira Santa Marta Hotel e ainda sobre o seu compromisso social.

boutique hotel sustentável

Qual é a história do Inspira Santa Marta Hotel?

O Inspira Santa Marta Hotel foi inaugurado em 2010, após três anos de reabilitação total de um edifício original dos finais do séc. XVII, localizado na zona histórica da cidade de Lisboa, e cujos traços característicos foram preservados, com a manutenção da fachada principal e a integração de uma área de construção nova, que criou um conjunto que, de alguma forma, recria e vivência do quarteirão que o edifício ocupa.

Como projecto pioneiro e inovador pelo seu conceito de sustentabilidade no sector da hotelaria de cidade, o Inspira foi o primeiro boutique hotel sustentável em Lisboa, criando uma visão inovadora da hotelaria e sendo “first mover” para uma preocupação que hoje, dez anos depois, é absolutamente presente e relevante para todas as áreas de negócio.

A conquista de um nicho de mercado preocupado com as questões da sustentabilidade, nas suas diferentes vertentes, foi um grande desafio, algo que ainda era novo em Portugal e que no mercado global do sector da Hospitality, se começavam a dar os primeiros passos na introdução desta preocupação com a sustentabilidade e, numa altura em que o mundo e em especial a Europa atravessava uma situação sócio-económica muito desfavorável, devido à crise económica que se verificou em 2008.

Ao longo destes 10 anos de existência e tendo a Sustentabilidade como um dos pilares fundamentais da sua estratégia de desenvolvimento, a marca Inspira tem desenvolvido ao nível das diferentes áreas da sustentabilidade um caminho único e diferenciador no sector da hotelaria, sendo hoje considerado uma referência a nível nacional e internacional.

O Inspira Santa Marta é o primeiro hotel do grupo Inspira Hotels, estando em desenvolvimento a abertura de duas novas unidades na cidade de Lisboa, para os próximos anos. Sendo a Sustentabilidade um pilar fundamental da Inspira Hotels, todo o conceito e Know-how está na base do desenvolvimento dos novos projetos, desde os processos utilizados na reabilitação dos edifícios, ambos com relevância histórica, como na escolha e reaproveitamento de materiais, utilização de tecnologia mais eficiente, sem descorar a envolvente com a comunidade local.

 

O Inspira Santa Marta Hotel foi premiado como Melhor Hotel Eco/Green de Luxo pelo World Luxury Awards em 2018 e 2019. O que significa este conceito de “Green Hotel”?

A criação de um conceito de hotel ecologicamente sustentável significa ter a sustentabilidade como valor base e transversal a todo o projeto, ligando-o desde edifício, à equipa e a toda a cadeia de valor do hotel. A sustentabilidade é colocada no centro da estratégia do negócio de um ponto de vista holístico, sendo sentida e vivida por toda a organização, onde se incluem também todos os stakeholders que partilham o mesmo propósito.

Na definição da sua estratégia de gestão, o Inspira pretendeu equilibrar os aspetos sociais, ambientais e económicos, tendo em conta a cadeia de valor e envolvendo ativamente todos os seus parceiros na implementação de soluções alternativas, com preocupações ambientais e com a comunidade, sem descurar os melhores produtos, serviços e experiências ao seus clientes.

O que vos motivou a ser um espaço sustentável que privilegia o respeito e preocupação ambiental e social?

Uma das principais motivações na criação de um modelo de turismo mais responsável, foi a consciência do impacto que o turismo tem a nível ambiental, social e económico, na sociedade e no mundo. Acreditamos que, a nível global, o desenvolvimento do Turismo e do setor hoteleiro em particular, terá que passar, inevitavelmente, pela adoção de práticas mais sustentáveis.

Outra das motivações passou pela definição clara de um propósito da marca, em torno da sustentabilidade, com a capacidade de unir todas as partes interessadas num mesmo objetivo, trazendo para si uma vantagem competitiva na perceção da marca, assegurando o seu crescimento e tentando criar um modelo de mudança de paradigma na indústria do Turismo. Através do seu propósito sustentável, a marca consegue entender o impacto real gerado pela sua atividade, contribuindo para  a criação de valor e bem-estar da sociedade onde se insere, funcionando como um transformador, tanto para a empresa quanto para todo o ecossistema que a envolve.

 

Que práticas sustentáveis do dia-a-dia do hotel podemos destacar?

A adoção de práticas sustentáveis, sempre foi uma preocupação do Inspira e, algo que foi projetado desde o início da conceção do conceito do hotel e que implementamos diariamente, nas mais diferentes áreas da nossa atividade.

O Inspira Santa Marta Hotel define metas de sustentabilidade ambiental e faz a sua monitorização, com o objetivo de diminuir a sua pegada de carbono, reduzindo e promovendo a utilização eficiente dos recursos naturais, evoluindo sempre para melhorias, tendo por base a informação que recolhe das métricas avaliadas.

Podemos destacar, entre outras, na fase de construção a opção por materiais e isolamentos mais sustentáveis como a madeira, utilizada na decoração do lobby e a cortiça utilizada no pavimento de alguns quartos, a reciclagem dos resíduos da construção, a adoção de materiais de origem local, e a opção por soluções que promovam a redução dos consumos e a longevidade de materiais e equipamentos.

A nível energético a utilização de energia elétrica obtida de fontes 100% renováveis, iluminação LED, painéis solares para aquecimento de águas sanitárias, sensores de iluminação nas áreas públicas e lobby iluminado com luz natural e reaproveitamento de fontes térmicas para aquecimento de água.

A nível hídrico a colocação de redutores de caudal em todas as torneiras, autoclismos de dupla descarga, torneiras com sensores, sistemas de doseamento de detergentes e produtos de higiene e limpeza ecolabel e biodegradáveis.

Ao nível da gestão de resíduos, o nosso trabalho diário inicia-se na prevenção da sua produção, e sensibilização para a redução. Promovemos e sensibilizamos os nossos clientes para a separação seletiva dos resíduos produzidos, quer seja nos quartos, quer nas áreas públicas e para a redução do desperdício alimentar nos buffets de pequeno-almoço e almoço. Adotamos procedimentos paper less, desde a abertura do hotel, nos vários departamentos e através nas nossas salas de conferências e reuniões, auditório com o conceito green mettings, sensibilizando os nossos clientes em todas as fases da sua estadia, para a adoção dos mesmos procedimentos.

Ao nível da redução do plástico, referir a existência de doseadores de amenities nos quartos, sistema próprio de engarrafamento da nossa água em garrafas de vidro reciclado e reutilizável e substituição no restaurante e bar das palhinhas de plástico por palhinhas de massa, 100% biodegradáveis. Na cobertura do edifício dispomos de quatro hortas urbanas onde plantamos alguns legumes e ervas aromáticas utilizadas no nosso restaurante e bar.

Os nossos hóspedes têm um papel fundamental no sucesso da implementação das  medidas de sustentabilidade que adotamos, sendo nossa missão promover e sensibilizar para a mudança de comportamentos. Com a sua estadia, os nossos hóspedes podem apoiar projetos sociais, participar nas nossas iniciativas internas e contribuir com 0,20€ (incluído no valor da sua tarifa), no apoio a  projetos de compensação de carbono relacionados com o combate às alterações climáticas, refletindo a compensação de parte da sua pegada de carbono, da viagem e estadia que realizam.

Este é um processo em constante evolução e que envolve toda a equipa, além de parceiros com quem tentamos desenvolver novas opções e soluções para redução de consumos, otimização de recursos e redução da pegada de carbono.

boutique hotel sustentável

 

A política de sustentabilidade do Inspira Santa Marta Hotel já lhe conferiu diversas premiações e certificações. O que significam estas distinções para o hotel? De que forma vos motiva a fazer mais e melhor?

Todos os Prémios e certificações conquistadas ao longo dos anos são um inequívoco reconhecimento do nosso compromisso para com a sustentabilidade e o reflexo de todo o empenho e trabalho desenvolvido nas diferentes áreas de sustentabilidade.

Significam uma vantagem competitiva e um incentivo para continuarmos a inovar e a criar um caminho único na sustentabilidade na hotelaria de cidade, continuando a ser uma referência e a consolidar um dos pilares fundamentais de desenvolvimento da marca Inspira e, que caracteriza o seu ADN.

 

Que tipo de serviços disponibilizam aos vossos hóspedes?

O Inspira Santa Marta Hotel tem 89 quartos concebidos e decorados segundo os princípios do Feng Shui e os seus cinco elementos: Terra, Fogo, Água, Metal e Árvore. Dispõe de sete suítes, dois quartos adaptados a pessoas com mobilidade reduzida e quartos adaptados a pessoas com alergias, sendo especialmente equipados e limpos, utilizando um sistema recomendado e certificado pela ECARF (Centro Europeu de Pesquisa em Alergia).

Dispõe ainda de cinco salas de reunião com capacidade máxima para 110 pessoas, um auditório com capacidade para 48 pessoas, onde poderá realizar as suas reuniões segundo um conceito inovador Green Meetings.

Um Urban Bar e um restaurante de gastronomia portuguesa, o Open Brasserie Mediterrânico, certificado “Glúten Free” pela Associação Portuguesa de Celíacos e com um conceito gastronómico assente na cozinha mediterrânica, apostando em produtos nacionais, locais e de época e oferecendo opções vegan, vegetarianas ou sem lactose.

Uma zona de SPA com várias salas de tratamento e um Wellness Center com sauna, jacuzzi, banho turco e uma sala de fitness totalmente equipada.

O hotel possui ainda um parque de estacionamento com 87 lugares, entre os quais  lugares reservados a veículos eléctricos.

sala reuniões hotel

 

Relativamente ao vosso compromisso social, que iniciativas têm desenvolvido?

São muitos os projetos sociais nos quais a marca Inspira se têm envolvido ao longo dos anos. Destacamos o apoio à ONG Pump Aid através de donativos resultantes da venda da nossa água, contribuindo para o fornecimento de água potável e construção de poços em comunidades em África, que necessitam e que não têm acesso a água potável e saneamento.

Para além do acesso à água potável, esta nossa parceria apoia programas de educação para a saúde e nutrição, bem como estimulação do empreendedorismo na comunidade, criando empregos e potenciando as economias locais em países em desenvolvimento, nomeadamente, no Malawi, um dos países mais pobres do mundo. Esta foi uma iniciativa que implementamos desde a abertura do hotel e até ao momento, o Inspira já co-patrocinou a instalação de sete bombas de água.

Apoiamos muitas outras instituições sem fins lucrativos através de donativos, tempo e com os nossos recursos. Destacamos a promoção do trabalho de duas instituições nacionais, a APPDA Lisboa e a Fundação Rui Osório de Castro, na receção do hotel e cujas receitas revertem na íntegra para apoio aos seus projetos, assim como integrámos na decoração do SPA do hotel, algumas peças de cerâmica produzidas por crianças, jovens e adultos autistas da APPDA Lisboa. Destacar também a parceria com o programa HOSPES by AHP, através do projeto We Share, que consiste na doação de materiais ainda em bom estado de conservação, tais como: mobiliário, equipamentos de cozinha, equipamentos eletrônicos, roupas de cama e wc, palamenta, entre muitos outros, a instituições de ação social que deles necessitam.

No entanto, o nosso compromisso social inicia-se internamente e, ao longo dos anos, muitos têm sido os projetos desenvolvidos com a nossa equipa. De destacar, o projeto Inspira One, no qual o hotel identifica e apoia uma necessidade social interna de um colaborador e/ou sua família.

Foto Perfil ISM

Patrícia Marques

Patrícia Marques integra a equipa do Inspira Santa Marta, em 2018, com a função de Sustainability & Development Manager. Tem 39 anos, é natural de Setúbal e é formada em Tecnologias de Produção e Transformação Agro-Industrial pela Universidade Nova de Lisboa – Faculdade de Ciências e Tecnologia. Recentemente, concluiu o curso Purpose Driven Business na Católica Lisbon School of Business and Economics. É responsável pelo departamento de sustentabilidade do hotel, tendo como principal função o desenvolvimento e acompanhamento da Política de Sustentabilidade em toda a operação, fazendo a ligação com todos os departamentos e partes interessadas, envolvendo toda a equipa e os Clientes no mesmo propósito. É ainda responsável pela coordenação e acompanhamento dos processos de certificação ao nível da qualidade e sustentabilidade.

news

345 visualizações

Entre a serra e o mar encontramos o Dream Guincho. Turismo sustentável que combina a tranquilidade do campo com a proximidade da cidade.

Nesta conversa ficamos a conhecer melhor este hotel em Cascais que apresenta uma arquitetura sustentável e totalmente integrada na paisagem que o envolve. Falamos ainda sobre os desafios desta altura atípica, e de que forma o Dream Guincho os tem enfrentado.

O que os motivou a abrir o Dream Guincho? Como surgiu a ideia?

Este hotel, Dream Guincho, nasce de um sonho antigo da proprietária Maria do Rosário Pinto Correia que sempre disse que o seu projeto de reforma seria um hotel. Em 2017 apaixonou-se por um terreno entre o mar do Guincho e a Serra de Sintra, e um ano depois começaram as obras para a construção do edifício que entrou em soft opening em finais de 2019 sendo a abertura oficial ao público feito em Março 2020.

piscina turismo sustentavel

Que experiência pretendem proporcionar a quem visita o alojamento?

Queremos que as pessoas que aqui chegam se sintam em casa. Que consigam desligar da correria do mundo lá fora, e que consigam aproveitar tudo o que temos para oferecer para relaxar e carregar baterias. Quisemos associar a este ambiente de tranquilidade um conforto extremo, aliado a uma decoração discreta, mas muito cuidada e com qualidade. E este requinte está em todos os pormenores: nas almofadas e edredons de penas, nos cremes da CastelBel, nos lençóis de tecido 100% algodão, nos pratos de porcelana, no sumo de laranja feito na hora para o pequeno almoço, …

 

Quais as atividades disponíveis no vosso espaço? Visam usufruir da proximidade ao mar e serra?

Temos uma sala de estar com lareira e outra para juntar os amigos à mesa, uma sala de bilhar e piano, uma outra para ler e para desenhar, um jardim com uma piscina exterior, vários terraços cobertos e descobertos, um espaço para exercício, um elevador, excelente WI-FI em todo o Dream Guincho… e toda a Serra de Sintra e a Praia do Guincho à nossa porta!

A decoração da Fusion criou um ambiente que faz do Dream Guincho o sítio ideal para descomprimir e relaxar, para celebrar momentos especiais… e até para teletrabalho.

Organizamos todo o tipo de actividades com parceiros selecionados, aproveitando a extraordinária localização que temos, entre mar e serra e perto de tudo! No Dream Guincho podemos ter aulas de chi kung ou yoga, um personal trainer para a sala de exercício ou aqua pilates, massagens, reiki e healing… Fora daqui, desporto no mar (surf, kitesurf, windsurf, pesca ou vela no mar, …) ou em terra (passeios a cavalo, caminhadas, observação de pássaros ou golfe, ténis e padel, …), um spa ou uma mesa no restaurante. Podemos também organizar transferes e passeios para todos os destinos que nos rodeiam – Cascais, Estoril, Sintra, Lisboa, Costa Oeste, …

 

De que forma o vosso compromisso com a sustentabilidade está presente? Pode dar-nos exemplos?

Com uma arquitectura de António Castello Branco totalmente integrada na paisagem, a sua construção e operação respeitam muitos requisitos de sustentabilidade, nomeadamente a construção em madeira, sem um único tijolo, e a utilização de fontes renováveis de energia.

Apesar de não termos um restaurante convencional, o nosso staff dedica-se a comida tradicional portuguesa, e tentamos, sempre que possível, seguir as iniciativas de km0 servindo aos nossos clientes produtos locais.

dg turismo sustentavel

Sentem que a preocupação com a sustentabilidade se enfatiza pela proximidade que têm à natureza?

Estamos em Cascais, e para além disso encostados à serra e a minutos do mar, o que nos leva a estar cada vez mais conscientes da beleza da natureza e da paz que nos transmite.

É absolutamente impensável não tentar por todos os meios preservar este ar único que aqui respiramos e a riqueza natural de tudo o que nos rodeia… para que todos os que nos visitam, agora e no futuro, possam deles disfrutar.

 

O que sentem que os clientes mais valorizam no vosso espaço?

A tranquilidade, o campo, a proximidade com o mar e serra, o ar puro e o layout acolhedor do espaço são os principais fatores para nos procurarem, visitarem e adorarem. Os hóspedes veem um espaço cheio de luz natural, com uma decoração cuidada conjugando peças de todos os estilos e proveniências, com memoria, que os faz sentir em casa. Os quartos foram pensados ao pormenor, e o resultado é visível quando temos hóspedes recorrentes ou que vêm por indicação de outros. Falam nos muitas vezes também nos pequenos pormenores que temos no hotel, na simpatia e dedicação do staff para garantir o bem-estar dos hóspedes… e na nossa comida caseira e portuguesa.

 

Qual o perfil dos vossos clientes? É um cliente maioritariamente português ou internacional?

Este projeto foi pensado para clientes nacionais e internacionais. Com a abertura em plena pandemia, mais de 90% dos nossos hóspedes no ano passado foram portugueses, mas já tivemos hóspedes de vários países – Espanha, França, Inglaterra, Alemanha, Áustria etc.

O nosso cliente é aquele que procura a tranquilidade do campo, não muito longe da cidade, que prefere um sítio aconchegado e cuidado, em vez da agitação dos grandes hotéis. São pessoas que procuram sentir-se em casa longe de casa, com todo o conforto que um hotel lhes pode dar… e que gostam do que é genuíno e bom.

Dream_Guincho_Interior

Estudos indicam que o setor do Turismo foi um dos mais afetados pela pandemia. Como têm conseguido diminuir o seu impacto no vosso negócio?

A nossa dimensão foi um fator crítico para conseguirmos adaptar-nos à nova realidade durante esta pandemia. O facto de sermos um hotel com 8 quartos com áreas socais grandes facilita o distanciamento entre os hóspedes e esse é um grande ponto a nosso favor. As pessoas procuram sítios pequenos, tranquilos e onde se possam sentir seguros.

Também o nosso serviço de refeições, servidas à mesa, facilitou esta adaptação.

Apenas tivemos de reforçar as medidas de higiene, e com a ajuda do selo Clean & Safe que nos foi atribuído pelo Turismo de Portugal foi ainda mais fácil mostrar às pessoas que para além de ser um lugar de paz é também um lugar onde se podem sentir em segurança.

345 visualizações