Reeleito presidente da Associação Limpeza Urbana – Parceria para Cidades + Inteligentes e Sustentáveis (ALU), Luís Almeida Capão, representante da C.M. de Cascais, como Presidente do C.A. da Cascais Ambiente, pediu prioridade máxima aos temas que envolvem o futuro das cidades portuguesas na 6ª Assembleia Geral da ALU, evento que ocorreu a 31 de março e marcou a sua reeleição no cargo. “As políticas públicas sustentáveis devem ser levadas a sério por todos os governantes e cidadãos portugueses, no sentido de evitar o agravamento dos riscos climáticos e ambientais no país”, disse.
Encabeçada por Luís Almeida Capão, a atual lista foi eleita por unanimidade para um período de mais quatro anos, contando ainda com Rui Morais, da AGERE – Empresa de Águas e Resíduos de Braga, como vice-presidente; Lúcia Bonifácio, da Câmara Municipal de Mafra, como Tesoureira; e Jorge Almeida, da Câmara Municipal de Águeda e Júlio de Sousa, da Câmara Municipal de Loulé, como vogais.
Para o presidente da ALU, agora é o momento ideal para operar as mudanças necessárias. “O governo que acaba de tomar posse tem a responsabilidade de marcar a viragem nas políticas públicas e aproveitar a crise energética já em curso para acelerar o combate às alterações climáticas. Tornou-se ainda mais evidente, nos últimos anos, que a limpeza urbana e a recolha de resíduos é um dos temas cruciais para o futuro de todas as cidades, dentro e fora da Europa”, afirmou. “Com um trabalho bem feito neste sector, ainda pouco explorado, seremos capazes de contribuir positivamente para o desenvolvimento socioeconómico de Portugal, tornando os nossos espaços mais atrativos para turistas, despertando o sentimento de pertença e de cuidado nos moradores, bem como reduzindo gastos públicos”, disse Luís Capão, ao fazer referência dos dados observados recentemente pela ALU, como o facto de que os serviços de limpeza urbana custam, pelo menos, 30 euros por habitante/ano em Portugal.
Segundo Luís Capão, os próximos quatro anos prometem ser desafiantes com as consequências nefastas da pandemia e a guerra a decorrer na Ucrânia. “Apesar deste cenário preocupante, os decisores políticos não podem perder o foco no longo prazo, na preparação de um futuro mais resiliente e sustentável. É hora de repensar o que compramos e privilegiar a qualidade em detrimento da quantidade, de reduzir o que desperdiçamos todos os dias, na água, na energia, na comida, no tempo; e de implementar modelos de utilização de equipamentos e produtos assentes na partilha. A política climática e ambiental não pode ficar em suspenso”.
“Mais do que nunca, os municípios, como responsáveis pela implementação de políticas públicas e pelo desenvolvimento da economia local, têm de mobilizar a população e modernizar os seus serviços. A inovação é a chave de todas as mudanças e a medida da evolução social. Só alcançaremos serviços eficientes e justos com sistemas inteligentes e com cidadãos participativos e conscientes da importância da conservação da natureza”, destacou o presidente da ALU. “A recolha de dados sobre o que fazemos é o primeiro passo para transformar e melhorar as nossas atividades e os municípios de menores dimensões não podem ficar de fora deste trabalho. Podemos estar em desvantagem neste campo, se compararmos Portugal com outros países, mas acredito que a ALU e outras organizações similares podem contribuir a dar um salto nesta mudança e a descomplicar o futuro”.