As questões de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), incluindo o clima e a diversidade, estão a dominar a agenda dos líderes empresariais em todo o mundo, que enfrentam uma grande pressão para aumentar a supervisão da execução das suas estratégias. O relatório “Directors Can Up Their Game on Environmental, Social and Governance Issues: The BCG-INSEAD Board ESG Pulse Check”, da Boston Consulting Group (BCG) e do INSEAD Corporate Governance Centre, mostra que os responsáveis revelam grande ceticismo sobre a capacidade de entrega das ambições de ESG, pelo que é fulcral focar nos temas passíveis de materializar e torná-los numa vantagem e fonte de valor para as empresas.
O inquérito constatou ainda que cerca de 70% dos diretores declararam que são apenas moderadamente – ou não são de todo – eficazes na integração de ESG na estratégia e governance da empresa. Os inquiridos identificam a falta de conhecimento, dados e competências do conselho de administração como a principal barreira à supervisão eficaz de ESG, e menos de metade (47%) acredita que a sua administração tem competência e experiência suficientes para desafiar a gestão em relação a planos de ESG e exercer a supervisão sobre a sua execução. Os conselhos de administração estão a tomar medidas para colmatar estas lacunas, sendo que as abordagens mais comuns para complementar os seus conhecimentos são a realização de pontos de situação regulares com um executivo interno com responsabilidade por ESG (48%) e outros pontuais com peritos externos (40%).
O inquérito também revelou desafios relacionados com a forma como os conselhos de administração estão a utilizar o tempo que dedicam aos assuntos de ESG. Quando se trata de alinhar a estratégia empresarial a longo prazo com os desafios ESG, 91% dos diretores dizem que a administração deveria concentrar-se mais na melhoria da reflexão estratégica do que na monitorização das operações. Ainda assim, menos de metade desses 91% sentem que são eficazes na condução dessa reflexão estratégica.
As alterações climáticas estão no topo das prioridades de ESG
As alterações climáticas estão entre as três principais prioridades de ESG em termos de impacto financeiro esperado para as oito indústrias analisadas no inquérito, exceto a de Saúde, e é a primeira prioridade para as de consumo, bens industriais, energia e serviços públicos.
No entanto, apenas 55% dos diretores de organizações que estabeleceram um compromisso de descarbonização da sua atividade relatam que a sua empresa preparou e publicou um plano para atingir esse objetivo, e uma percentagem ainda menor (43%) menciona a publicação de demonstrações financeiras que consideram as implicações das alterações climáticas.
O estudo está disponível na íntegra aqui.